Hipertensão e aterosclerose: o elo silencioso revelado pelos exames laboratoriais

Entenda o elo entre hipertensão e aterosclerose e veja quais exames laboratoriais avaliam colesterol, inflamação, glicose e função renal para prevenir infarto e AVC.

BIOQUÍMICAIMUNOLOGIA

Ariéu Azevedo Moraes

5/18/20254 min ler

Placas de Ateroma dentro da artéria
Placas de Ateroma dentro da artéria

A hipertensão não machuca só pela pressão alta. Ela acelera, silenciosamente, o desgaste das artérias.


E quando esse processo se soma ao acúmulo de colesterol, inflamação e alterações metabólicas, o resultado pode ser a progressão da aterosclerose — uma combinação que aumenta expressivamente o risco de infarto e AVC.

A boa notícia é que esse elo perigoso não precisa ser invisível.
O laboratório consegue identificar sinais iniciais de risco vascular por meio de exames simples e acessíveis, capazes de revelar desequilíbrios lipídicos, inflamação de baixo grau, resistência insulínica e até impacto renal associado à pressão descontrolada.

Neste artigo, você vai entender como hipertensão e aterosclerose se alimentam mutuamente, quais exames laboratoriais ajudam a monitorar o risco cardiovascular e como essa leitura integrada pode orientar prevenção, acompanhamento e tomada de decisão clínica com muito mais segurança.

Exames laboratoriais que ajudam a monitorar o elo entre hipertensão e aterosclerose:

  • Lipidograma: avalia risco de placas de gordura e perfil lipídico. Frequência: semestral ou anual.

  • PCR-us: identifica inflamação arterial de baixo grau. Frequência: semestral (conforme risco).

  • Glicemia e HbA1c: rastreiam risco de diabetes e impacto cardiometabólico. Frequência: trimestral a anual.

  • Creatinina e TFGe: verificam função renal e dano relacionado à hipertensão. Frequência: trimestral em hipertensos de maior risco.

  • Troponina e BNP: úteis para avaliação de risco cardíaco em contexto agudo. Frequência: quando indicado clinicamente.

O que é hipertensão arterial?

A hipertensão, ou pressão alta, ocorre quando a força exercida pelo sangue contra as paredes das artérias é constantemente elevada. Segundo o Ministério da Saúde, mais de 30% da população adulta sofre com a doença, que muitas vezes é assintomática e só é descoberta em consultas de rotina ou em situações emergenciais.

Entre os principais fatores de risco estão:

  • Alimentação rica em sódio e gordura

  • Sedentarismo

  • Obesidade

  • Histórico familiar

  • Estresse crônico

Aterosclerose: o acúmulo que pode matar

A aterosclerose é uma condição inflamatória crônica caracterizada pelo depósito de gordura, colesterol e outras substâncias nas paredes das artérias. Com o tempo, essas placas endurecem e estreitam os vasos sanguíneos, dificultando a circulação e aumentando o risco de:

  • Infarto agudo do miocárdio

  • Acidente vascular cerebral (AVC)

  • Doença arterial periférica

O processo é lento, silencioso e progressivo — e pode começar já na juventude.

Como hipertensão e aterosclerose estão ligadas?

A hipertensão e a aterosclerose formam um ciclo perigoso. A pressão elevada danifica o endotélio (camada interna das artérias), facilitando a entrada de lipídios e o início do processo aterosclerótico. Ao mesmo tempo, as placas nas artérias aumentam a resistência ao fluxo sanguíneo, elevando ainda mais a pressão arterial.

Essa retroalimentação aumenta de forma significativa o risco de eventos cardiovasculares graves.

História real: quando o exame salvou uma vida

Dona Lourdes, 59 anos, só descobriu que era hipertensa após passar mal enquanto varria a casa. Na UPA, além da pressão de 18x10, os exames mostraram colesterol LDL muito alto e sinais de inflamação arterial. O lipidograma e a PCR ultrassensível foram essenciais para identificar o risco de infarto.

Com mudanças no estilo de vida e acompanhamento regular, ela nunca mais teve crises. “Hoje, não deixo de fazer meus exames de sangue a cada três meses”, conta.

Se você está em busca de medidores de pressão digitais a preços acessíveis, temos uma ótima notícia para você!

Preparamos um artigo de comparação que destaca as melhores ofertas disponíveis, permitindo que você faça uma escolha informada. Não perca a oportunidade de encontrar o medidor ideal que se encaixa no seu orçamento e necessidades.

Clique em "saiba mais" e descubra as opções mais baratas e eficientes no mercado. Sua saúde merece o melhor, e escolher o equipamento adequado pode fazer toda a diferença. Vamos ajudá-lo nessa jornada!

Exames laboratoriais essenciais para investigar a hipertensão e a aterosclerose

1. Lipidograma completo

  • Colesterol total

  • HDL (colesterol bom)

  • LDL (colesterol ruim)

  • Triglicerídeos

O perfil lipídico é o principal exame para avaliar risco de placas ateroscleróticas.

2. Glicemia em jejum e hemoglobina glicada (A1c)

A presença de diabetes ou pré-diabetes aumenta em até quatro vezes o risco cardiovascular.

3. Proteína C Reativa ultrassensível (PCR-us)

Indicador de inflamação arterial crônica, usada para estratificar risco cardiovascular.

4. Função renal

  • Creatinina

  • Ureia

  • TFGe (taxa de filtração glomerular estimada)

Complicações renais são comuns em hipertensos e podem agravar a aterosclerose.

5. Eletrolíticos

  • Sódio, potássio, cálcio e magnésio

Monitoramento importante para o equilíbrio da pressão e funcionamento cardíaco.

6. Enzimas cardíacas (em emergências ou risco elevado)

  • Troponina

  • CK-MB

  • BNP ou NT-proBNP

7. Exames hormonais (em causas secundárias)

  • Cortisol

  • Aldosterona e renina

  • TSH e T4 livre

Por que a biomedicina é essencial nessa prevenção?

O profissional biomédico, atuando em análises clínicas, é peça-chave na detecção precoce dessas doenças. Desde a coleta de sangue até a interpretação crítica dos resultados, é ele quem ajuda o médico a enxergar o que os olhos não veem: a saúde cardiovascular silenciosa.

Conduta laboratorial e prevenção: o que o paciente deve saber

  • Pessoas com histórico familiar devem iniciar o monitoramento ainda jovens.

  • Hipertensos devem fazer o lipidograma e exames renais pelo menos duas vezes por ano.

  • A PCR-us pode antecipar a inflamação antes mesmo da formação de placas visíveis.

  • O controle do peso, alimentação saudável e atividades físicas regulares são tão importantes quanto os medicamentos.

Resumindo:

A hipertensão e aterosclerose são condições que andam lado a lado, silenciosamente. No entanto, com o apoio das análises clínicas e exames laboratoriais adequados, é possível identificar o risco antes que ele se torne realidade. Prevenir continua sendo o melhor caminho para cuidar do coração, dos rins e da vida.

Referências

Deixe seu comentário
Curta nosso canal!
Não deixe de se atualizar sobre esses assuntos abaixo:

Entenda como a microbiologia clínica identifica e controla surtos de infecção hospitalar, o papel das culturas, do antibiograma e da vigilância microbiológica na prevenção das IRAS.

O pH e a densidade urinária não são apenas números no laudo. Eles indicam hidratação, risco de cálculos, dieta, infecções e acidose. Veja valores de referência, interpretação por cenários clínicos e quando repetir a coleta.