A História do Outubro Rosa: do laço cor-de-rosa ao movimento global de saúde
Descubra como surgiu o Outubro Rosa, por que o laço cor-de-rosa virou símbolo mundial, quando a campanha chegou ao Brasil e como se tornou uma das maiores mobilizações de saúde pública do planeta.
MAIS CLICADOSATUALIDADESIMUNOLOGIACAMPANHA DE CORES
Ariéu Azevedo Moraes
10/3/20255 min ler


A História do Outubro Rosa: do Laço Cor-de-Rosa ao Movimento Global
Introdução: quando falar de câncer virou ato de coragem
Até poucas décadas atrás, falar de câncer de mama era quase proibido. A palavra “câncer” vinha carregada de medo e silêncio, e muitas mulheres sofriam isoladas. O Outubro Rosa nasceu justamente para quebrar esse tabu e transformar o conhecimento em arma contra a doença.
Hoje, em cada outubro, vemos cidades iluminadas de rosa, corridas de rua, posts nas redes sociais e debates públicos. Mas nem sempre foi assim. Para entender a força da campanha, precisamos voltar algumas décadas e acompanhar como um simples laço se tornou símbolo de um dos maiores movimentos de saúde do mundo.
O nascimento do símbolo cor-de-rosa
O laço já era conhecido como forma de simbolizar causas sociais — o vermelho, por exemplo, já representava a luta contra a AIDS nos anos 1980. Mas foi no início da década de 1990 que o rosa foi escolhido para simbolizar a luta contra o câncer de mama.
Evelyn Lauder e a consolidação do símbolo
Em 1991, a empresária Evelyn Lauder, vice-presidente da Estée Lauder, apoiou a ideia de usar o laço rosa em ações de conscientização. Milhares de fitas foram distribuídas em lojas da marca nos EUA. O gesto simples ganhou manchetes e, em pouco tempo, o laço virou sinônimo de solidariedade às mulheres em tratamento.
Esse movimento mostrou como marketing social e saúde pública podiam andar juntos.
A escolha da cor
O rosa não foi casual. Psicólogos da época apontavam que o tom remetia a delicadeza, feminilidade e cuidado, tornando-se um contraponto simbólico à dureza do câncer. Assim, a cor ajudava a “quebrar o medo” e atrair atenção positiva para o tema.
Por que outubro?
O mês de outubro já era usado nos Estados Unidos em campanhas locais de saúde da mulher desde os anos 1980. Quando a Race for the Cure, corrida beneficente organizada pela Fundação Susan G. Komen, adotou o rosa como símbolo e escolheu outubro como mês oficial, o calendário estava definido.
Em pouco tempo, cidades inteiras se pintavam de rosa em outubro, com desfiles, caminhadas e iluminação de prédios.
O Outubro Rosa nasceu nos EUA, no início dos anos 1990, com a distribuição do laço cor-de-rosa durante eventos de conscientização. No Brasil, ganhou visibilidade em 2002 com a iluminação do Obelisco do Ibirapuera e foi oficializado em 2018 pela Lei nº 13.733, tornando-se um marco da saúde pública.
Expansão global do movimento
A ideia se espalhou rapidamente. Países da Europa, da Ásia e da América Latina aderiram ao Outubro Rosa nos anos 1990. O impacto visual dos monumentos iluminados de rosa — como a Torre Eiffel em Paris — reforçou a visibilidade global.
Cada país adaptou o movimento à sua realidade: alguns focaram em rastreamento, outros em arrecadação para pesquisa ou apoio psicológico. O que se manteve em comum foi o uso do laço rosa como símbolo universal.
Quer compreender melhor seus exames e cálculos laboratoriais?
Acesse gratuitamente a PipetaCalc — a calculadora inteligente da Pipeta e Pesquisa.
Ela reúne fórmulas de análises clínicas, índices hematimétricos, cálculos de função renal e parâmetros de risco para apoiar o raciocínio biomédico e clínico.
Transforme dados em conhecimento e leve precisão para cada diagnóstico.
A chegada ao Brasil
O Obelisco do Ibirapuera
No Brasil, o primeiro marco aconteceu em 2002, quando o Obelisco do Ibirapuera, em São Paulo, foi iluminado de rosa. A imagem correu jornais e TVs, marcando o início da campanha no país.
Expansão para outras capitais
Nos anos seguintes, cidades como Rio de Janeiro, Porto Alegre e Brasília também iluminaram seus principais monumentos. A ideia ganhou força como símbolo visual, fácil de compartilhar e com grande impacto na mídia.
O papel do INCA
A partir de 2010, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) incorporou oficialmente o Outubro Rosa em sua agenda de campanhas, produzindo materiais educativos, promovendo mutirões e reforçando a importância do rastreamento mamográfico.
Lei nº 13.733/2018
O passo final de institucionalização veio em 2018, quando foi sancionada a Lei nº 13.733, que tornou outubro o Mês de Conscientização sobre o Câncer de Mama no Brasil. A partir daí, a campanha passou a ter caráter oficial, envolvendo governos, instituições e sociedade civil.
Linha do tempo resumida
1985 – Primeira campanha nacional nos EUA sobre câncer de mama.
1990 – Primeira distribuição de laços rosa em Nova York.
1991 – Evelyn Lauder populariza o símbolo com a Estée Lauder.
1997 – Cidades na Califórnia adotam oficialmente outubro como mês rosa.
2002 – Obelisco do Ibirapuera iluminado em São Paulo.
2010 – INCA adota a campanha oficialmente no Brasil.
2012 – Sancionada a Lei dos 60 dias, que obriga início do tratamento em até dois meses após diagnóstico no SUS.
2018 – Lei nº 13.733 institui Outubro Rosa como campanha oficial no país.
Curiosidades históricas
O primeiro laço cor-de-rosa foi feito artesanalmente, em cartolina.
Houve polêmica nos anos 1990 sobre a “comercialização da fita rosa”: muitas empresas estampavam o símbolo sem destinar recursos à causa.
Monumentos como a Ópera de Sydney e o Cristo Redentor já foram iluminados de rosa.
O Outubro Rosa inspirou outros meses de saúde, como o Novembro Azul (câncer de próstata) e o Setembro Amarelo (prevenção ao suicídio).
O impacto da campanha
Embora o foco aqui seja a história, não podemos ignorar os impactos. O Outubro Rosa ajudou a:
Quebrar o tabu de falar sobre câncer de mama.
Popularizar a mamografia como exame de rastreamento.
Estimular políticas públicas de acesso ao diagnóstico e tratamento.
Criar uma rede de solidariedade entre pacientes, famílias e profissionais de saúde.
Conclusão
O Outubro Rosa é mais do que uma campanha: é um movimento social, cultural e de saúde pública.
De um simples laço rosa distribuído em Nova York até a iluminação de monumentos no Brasil, a trajetória mostra como a união entre comunicação, ciência e mobilização social pode salvar vidas.
E o melhor: essa história continua sendo escrita a cada outubro, com novas ações, novos protagonistas e a mesma mensagem central — falar de câncer de mama é falar de vida.
Ariéu Azevedo Moraes
Biomédico | Fundador da Pipeta e Pesquisa
Descomplicando as Análises Clínicas com ciência, prática e paixão.
Referências
Instituto Nacional de Câncer (INCA) — página oficial do Outubro Rosa Serviços e Informações do Brasil+2Biblioteca Virtual em Saúde MS+2
Agência Brasil / EBC — “Campanha do Outubro Rosa tem origem na década de 1990” Agência Brasil
TJRJ — histórico do movimento e ações no Brasil Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro
Meio & Mensagem — origens do Outubro Rosa e expansão no Brasil Meio e Mensagem
Portal BVSMS / Ministério da Saúde — fundo institucional e campanhas nacionais Biblioteca Virtual em Saúde MS+1
Wikipédia (artigo Outubro Rosa e Laço cor-de-rosa) — para dados complementares simbólicos e visuais Wikipédia+1
Saúde
Informações sobre saúde e Análises Clínicas para todos.
Aplicativos Gratuitos
© 2025. All rights reserved. Pipeta e Pesquisa
Endereço
BRASIL
TRÊS LAGOAS - MS
79600-000
📱 WhatsApp: +55 (67) 99240-0051