Exames Laboratoriais para COVID-19 e Outras Viroses Respiratórias

Durante o inverno, cresce a incidência de infecções respiratórias entre crianças e idosos. Descubra como os exames laboratoriais ajudam a diferenciar COVID-19, gripe, VSR e outras viroses e veja quais testes devem ser solicitados.

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Ariéu Azevedo Moraes

7/19/20254 min ler

Cuidados com a saúde de idosos e crianças
Cuidados com a saúde de idosos e crianças

Exames Laboratoriais para COVID-19 e Outras Viroses Respiratórias: O Que Saber Durante a Onda de Frio

Introdução

Nas manhãs geladas de junho e julho, os corredores das unidades de saúde do Brasil ficam mais cheios. O motivo? Uma alta súbita de casos de infecções respiratórias, especialmente entre crianças em idade escolar e idosos. Entre espirros, febres e tosse persistente, a dúvida é frequente: Será COVID-19, gripe, ou outra virose respiratória?

Com sintomas clínicos muito semelhantes, a resposta definitiva vem do laboratório. Os exames laboratoriais, tanto moleculares quanto imunológicos, tornaram-se protagonistas na triagem, diagnóstico e acompanhamento de viroses respiratórias. Saber quais testes pedir, como interpretá-los e quando realizá-los pode fazer toda a diferença — tanto no tratamento quanto na prevenção de surtos, especialmente em escolas e lares de longa permanência.

"Em tempos de frio, febre e tosse não são apenas um resfriado. Saber diferenciar COVID-19, Influenza e VSR exige testagem laboratorial rápida e precisa".

Por que as viroses respiratórias aumentam no inverno?

Durante o frio, o ar seco, os ambientes fechados e a baixa umidade favorecem a transmissão de vírus respiratórios. Isso explica por que as ondas sazonais de COVID-19, Influenza e Vírus Sincicial Respiratório (VSR) coincidem com os meses de inverno, especialmente em regiões do Sul e Sudeste do Brasil.

O impacto dessas infecções é mais severo em dois grupos:

  • Crianças, com sistema imunológico em formação e maior exposição em creches e escolas.

  • Idosos, frequentemente com comorbidades (como DPOC, diabetes ou doenças cardíacas), que agravam o quadro clínico.

Principais exames laboratoriais para diagnóstico de viroses respiratórias

Testes moleculares (PCR e variantes)

Os exames de RT-PCR são os mais confiáveis para diagnóstico precoce:

  • RT-PCR para SARS-CoV-2: detecta a COVID-19 com alta sensibilidade até o 7º dia de sintomas.

  • Painel Respiratório Multiplex: identifica simultaneamente vírus como Influenza A e B, VSR, Parainfluenza, Adenovírus, Metapneumovírus, entre outros.

  • PCR para Influenza: altamente indicado para idosos internados ou crianças com sintomas persistentes.

Importante: A coleta para RT-PCR deve ser feita preferencialmente nas primeiras 72 horas após o início dos sintomas, por swab nasal ou nasofaríngeo.

Testes rápidos de antígeno

  • Teste rápido de antígeno para COVID-19: útil para triagem em escolas e UBS, com resultado em até 30 minutos.

  • Teste rápido de Influenza A e B: eficaz para decisões clínicas rápidas, principalmente em pacientes com risco de complicação.

Apesar de sua praticidade, os testes rápidos têm menor sensibilidade, sendo indicados principalmente em ambientes de triagem coletiva ou em situações onde o PCR não está disponível.

Sorologias (IgM e IgG)

As sorologias ajudam a avaliar exposição prévia e resposta imunológica:

  • IgM para COVID-19 ou Influenza: indica infecção recente.

  • IgG: aponta exposição passada ou resposta vacinal.

Em crianças, a presença de IgM pode auxiliar na diferenciação entre quadros respiratórios agudos e reações pós-virais. Já em idosos, a ausência de IgG mesmo após vacinação pode indicar falha na resposta imunológica, exigindo vigilância especial.

Diagnóstico diferencial: por que os exames são indispensáveis?

Crianças e idosos apresentam sintomas atípicos com frequência. Uma febre baixa em um idoso pode ocultar um quadro de pneumonia viral grave. Já em crianças, um simples espirro pode evoluir para bronquiolite por VSR, exigindo hospitalização.

Nesse contexto, confiar apenas no exame clínico compromete o diagnóstico. A testagem laboratorial permite:

  • Diferenciar COVID-19 de outras viroses com sintomas semelhantes;

  • Avaliar necessidade de antibiótico (em caso de infecção secundária);

  • Evitar isolamento desnecessário ou liberar retorno seguro à escola ou lar de idosos;

  • Monitorar surtos e implementar ações de saúde pública (vacinação, bloqueio, rastreio de contatos).

"Em tempos de incerteza respiratória, a dúvida pesa tanto quanto o sintoma. Testar é cuidar — de quem depende de nós".

Cuidados laboratoriais na coleta de amostras

A confiabilidade do resultado começa na fase pré-analítica, especialmente em crianças e idosos. Alguns cuidados incluem:

  • Uso de swab adequado e coleta suave para não causar trauma em crianças;

  • Identificação precisa da fase da infecção (tempo de sintomas) para selecionar o teste ideal;

  • Embalagem e transporte refrigerado, especialmente para RT-PCR em regiões frias;

  • Comunicação clara com o paciente e o responsável, explicando o que esperar do exame e como interpretar os resultados.

Interpretação prática: quando considerar falso negativo?

Nem sempre um teste negativo exclui a infecção. Erros de coleta, baixa carga viral e janela imunológica comprometem a interpretação. Por isso, o laboratório deve informar:

  • Sensibilidade e especificidade do método

  • Intervalo ideal de coleta

  • Indicação de exames complementares (por exemplo: PCR negativo + sorologia 10 dias depois)

Um bom laudo analítico não entrega só um número — entrega segurança para o clínico e tranquilidade para a família.

O papel das análises clínicas na saúde coletiva

Mais do que um diagnóstico individual, os exames laboratoriais durante surtos sazonais orientam condutas coletivas. Monitorar a positividade de Influenza ou COVID-19 ajuda secretarias de saúde a:

  • Programar vacinação emergencial;

  • Reforçar alertas sanitários em escolas;

  • Controlar surtos em abrigos ou instituições de longa permanência.

As Análises Clínicas tem um papel fundamental nesse processo: transforma dados em decisões.

Conclusão

Neste inverno, testar é tão importante quanto tratar. Com sintomas respiratórios sobrepostos, a análise laboratorial é o instrumento mais confiável para garantir que crianças e idosos recebam o cuidado certo no momento certo.

A união entre profissionais clínicos e biomédicos, com testes de qualidade, é o que transforma a ciência diagnóstica em proteção real à vida.

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Referências

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