Hepatites Virais: o Que os Exames Revelam e Por Que o Julho Amarelo Importa
No Dia Mundial de Combate às Hepatites Virais (28 de julho), entenda a importância dos exames laboratoriais no diagnóstico e prevenção da hepatite A, B, C, D e E. Saiba como a campanha Julho Amarelo mobiliza ações de saúde pública em todo o Brasil.
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Ariéu Azevedo Moraes
7/28/20255 min ler


Quando o Silêncio da Doença se Torna Urgência Coletiva
No dia 28 de julho, o mundo inteiro volta os olhos para uma luta que ainda precisa ganhar mais voz: o combate às hepatites virais. A data, reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), também é o ponto alto da campanha Julho Amarelo, que promove a prevenção, o diagnóstico precoce e o acesso ao tratamento dessas doenças silenciosas e potencialmente fatais.
Mas por que esse tema é tão importante? Porque milhões de pessoas convivem com hepatite sem saber, e o diagnóstico muitas vezes só acontece quando o fígado já está gravemente comprometido. É aí que entra o papel das análises clínicas e dos exames laboratoriais, que podem detectar precocemente essas infecções e salvar vidas.
Hepatite: O Que é e Por Que se Torna Perigosa
A hepatite é uma inflamação do fígado que pode ser causada por diferentes agentes — os mais conhecidos são os vírus A, B, C, D e E. Esses vírus apresentam diferentes formas de transmissão e gravidade, e por isso a abordagem clínica e laboratorial varia de acordo com o tipo.
Embora muitas pessoas associem a hepatite ao uso de drogas ou à promiscuidade, a realidade é mais ampla e preocupante. Alimentos contaminados, relações sexuais desprotegidas, transfusões de sangue, compartilhamento de objetos pessoais e até a gestação podem ser vias de infecção.
Julho Amarelo: Mais do que uma Campanha, uma Necessidade de Saúde Pública
Criado pela Lei nº 13.802/2019, o Julho Amarelo visa conscientizar a população sobre as formas de prevenção, a importância do diagnóstico precoce e o tratamento das hepatites virais. No Brasil, os números ainda são alarmantes:
Segundo o Ministério da Saúde, mais de 700 mil pessoas convivem com hepatite C e muitas delas ainda não sabem.
Estima-se que a hepatite B afete cerca de 1 milhão de brasileiros.
Já a hepatite A, mais comum em regiões com saneamento básico precário, ainda representa surtos frequentes.
A Força das Análises Clínicas no Diagnóstico das Hepatites
As análises clínicas representam o ponto de partida mais seguro para o diagnóstico das hepatites virais. Por meio da sorologia, carga viral, genotipagem e exames complementares, é possível definir não apenas a presença da infecção, mas seu estágio, sua atividade e o risco de progressão para complicações graves como cirrose ou câncer de fígado.
Exames de sangue mais utilizados:
1. Testes sorológicos
Anti-HAV IgM: diagnóstico de hepatite A aguda.
HBsAg (antígeno de superfície do vírus B): marcador da infecção ativa.
Anti-HBs: indica imunidade contra o vírus B (pós-vacinação ou infecção passada).
Anti-HBc IgM/IgG: ajudam a distinguir entre infecção recente ou passada pelo vírus B.
Anti-HCV: presença de anticorpos contra o vírus da hepatite C.
Anti-HDV: utilizado para investigar coinfecção com hepatite D.
Anti-HEV: diagnóstico de hepatite E, mais comum em surtos.
2. Carga viral (PCR)
Detecta e quantifica a presença de RNA ou DNA viral no sangue (HBV e HCV).
Fundamental para definir tratamento e acompanhar resposta terapêutica.
3. Genotipagem
Especialmente usada para o vírus da hepatite C.
Ajuda a definir a melhor escolha de tratamento antiviral.
4. Exames bioquímicos
TGO (AST), TGP (ALT): indicadores da lesão hepática.
Fosfatase alcalina, gama-GT: avaliam função hepática.
Bilirrubinas (total, direta e indireta): detectam icterícia e disfunção hepática.
Sinais Clínicos e Sintomas: Quando Suspeitar de Hepatite?
As hepatites virais muitas vezes evoluem de forma silenciosa, principalmente nas formas crônicas (B e C). No entanto, alguns sinais podem servir de alerta:
Cansaço excessivo e sem causa aparente
Urina escura e fezes esbranquiçadas
Pele e olhos amarelados (icterícia)
Enjoos, vômitos e perda de apetite
Dores abdominais, especialmente no lado direito
Esses sintomas, isoladamente, podem passar despercebidos, mas juntos devem motivar uma consulta médica e a solicitação de exames laboratoriais.
Populações mais vulneráveis e atenção especial na triagem
As estratégias de rastreio devem focar principalmente em:
Gestantes (teste obrigatório para hepatite B e C durante o pré-natal)
Profissionais da saúde (vacinação e testagem regular)
Pessoas privadas de liberdade
Usuários de drogas injetáveis
Pessoas com histórico de transfusão de sangue antes de 1993
Parceiros sexuais de portadores de hepatite
Tratamento: Quando Diagnosticar Faz Toda a Diferença
O tratamento das hepatites virais depende do tipo e do estágio da infecção. Em muitos casos, a infecção pode ser controlada ou mesmo curada — especialmente com os antivirais de ação direta (DAAs) disponíveis atualmente para hepatite C.
Para a hepatite B, o tratamento costuma ser contínuo e visa controlar a replicação viral e evitar complicações hepáticas. Já no caso da hepatite A e E, o tratamento é de suporte, com repouso e hidratação, pois são infecções autolimitadas na maioria das vezes.
Importante destacar:
A hepatite B tem vacina eficaz e gratuita no SUS.
A hepatite C não tem vacina, mas tem cura com os tratamentos disponíveis.
A hepatite A tem vacina e medidas de saneamento como principais formas de prevenção.
Casos Reais e Impacto Laboratorial
Em uma cidade do interior de Mato Grosso do Sul, uma série de exames de rotina em trabalhadores rurais detectou sete casos silenciosos de hepatite C. Nenhum deles apresentava sintomas. O diagnóstico foi possível apenas pela triagem com anti-HCV durante a campanha do Julho Amarelo. Todos foram encaminhados para avaliação médica e iniciaram tratamento precoce, o que evitou a progressão para cirrose em pelo menos três dos casos.
Esse exemplo mostra o papel transformador da biomedicina e da saúde pública aliadas, com os laboratórios atuando como ponte entre o invisível e o cuidado real.
Hepatite não tem cara. O exame é o único caminho para saber.
Julho Amarelo não é só sobre cor — é sobre vidas salvas com um tubo de sangue.
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Conclusão: A Cor Amarela Como Símbolo de Atenção
A hepatite viral é uma doença democrática: pode atingir qualquer um, em qualquer fase da vida. No entanto, com o avanço das análises clínicas e o fortalecimento de campanhas como o Julho Amarelo, temos cada vez mais ferramentas para vencer essa batalha.
Neste 28 de julho, vista o amarelo, fale sobre exames, incentive a testagem e ajude a quebrar o ciclo do silêncio. O diagnóstico pode ser o começo de uma nova chance.
Referências
Ministério da Saúde – Boletim Epidemiológico das Hepatites Virais
Hepatites Virais: o Que os Exames Revelam e Por Que o Julho Amarelo Importa
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