Leucemia: Entenda a Doença, o Diagnóstico e as Opções de Tratamento

A leucemia é um tipo de câncer que atinge o sangue e a medula óssea, interferindo diretamente na produção das células sanguíneas responsáveis pela defesa, oxigenação e coagulação. Embora assuste pelo nome e pela gravidade, hoje sabemos muito mais sobre a doença: quais são seus tipos, como se manifesta, como diagnosticar precocemente e quais tratamentos estão disponíveis.

Na leucemia, a medula óssea passa a produzir células anormais em excesso, que ocupam o espaço das células saudáveis. Esse desequilíbrio afeta glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas, provocando sintomas como cansaço intenso, infecções de repetição, sangramentos e perda de peso.

Os avanços da biomedicina e das análises clínicas, com exames como hemograma, mielograma, imunofenotipagem e testes moleculares, tornaram o diagnóstico mais preciso e permitiram tratamentos cada vez mais eficazes, aumentando as chances de controle e cura.

Neste artigo, você vai entender o que é leucemia, quais são os principais tipos, os sintomas de alerta, como funciona o diagnóstico laboratorial e as opções de tratamento, além da importância da campanha Fevereiro Laranja na conscientização e no diagnóstico precoce.Tipos de leucemia

A leucemia é classificada de acordo com a velocidade de progressão (aguda ou crônica) e o tipo de célula afetada (linfocítica ou mieloide). Os principais tipos incluem:

• Leucemia mieloide aguda (LMA): Mais comum em adultos, progride rapidamente e exige tratamento imediato.

• Leucemia linfoblástica aguda (LLA): Afeta principalmente crianças e adolescentes; é uma das leucemias mais tratáveis quando diagnosticada precocemente.

• Leucemia mieloide crônica (LMC): Desenvolve-se lentamente e pode ser controlada por muitos anos com terapias-alvo.

• Leucemia linfocítica crônica (LLC): Também de evolução lenta, afeta com mais frequência pessoas idosas e pode permanecer assintomática por anos.

Quais são os sintomas da leucemia?

A leucemia é um câncer do sangue e da medula óssea caracterizado pela produção descontrolada de células sanguíneas anormais. Essas células doentes substituem as células normais, prejudicando a imunidade, o transporte de oxigênio e a coagulação, e o diagnóstico é feito principalmente por hemograma, exames da medula óssea e testes complementares.

Os sintomas da leucemia podem variar dependendo do tipo e da fase da doença, mas alguns sinais de alerta incluem:

• Fadiga persistente

• Palidez

• Febre ou infecções frequentes

• Suor noturno

• Perda de peso inexplicada

• Hematomas ou sangramentos fáceis

• Dor nos ossos ou articulações

• Aumento dos gânglios linfáticos, fígado ou baço

• Petéquias (manchas vermelhas na pele)

• Falta de ar e taquicardia

Esses sinais muitas vezes são confundidos com infecções comuns, o que reforça a importância da realização de exames laboratoriais regulares para rastreio e diagnóstico precoce.

Diagnóstico da leucemia: o papel das análises clínicas

A detecção precoce da leucemia depende de um conjunto de exames e avaliações clínicas. Entre os principais exames laboratoriais estão:

Hemograma completo

É o exame inicial mais comum e um dos mais importantes nas análises clínicas. Pode revelar alterações como:

• Leucócitos em número anormal (altos ou baixos)

• Redução nas plaquetas (trombocitopenia)

• Diminuição dos glóbulos vermelhos (anemia)

Mielograma

O mielograma é a análise das células da medula óssea, coletadas por punção. Permite visualizar diretamente as células anormais e confirmar o diagnóstico.

Imunofenotipagem e Citogenética

Exames mais específicos realizados em laboratórios especializados em biomedicina. Permitem identificar o subtipo da leucemia e características genéticas das células doentes, ajudando a definir o tratamento mais adequado.

Exames complementares

• Testes moleculares para mutações específicas

• Exames de imagem (ultrassonografia, tomografia) para avaliar gânglios, fígado e baço

• Biópsia de medula óssea, em alguns casos

Tratamentos disponíveis

A escolha do tratamento depende de diversos fatores: tipo de leucemia, estágio da doença, idade e estado geral de saúde do paciente. As abordagens incluem:

Quimioterapia

É o tratamento mais comum e usa medicamentos potentes para destruir as células cancerosas. Pode ser administrada por via oral, intravenosa ou intratecal (no líquido da medula espinhal).

Radioterapia

Utilizada para tratar áreas específicas, como o sistema nervoso central, ou como preparação para o transplante de medula óssea.

Terapia-alvo

Com base nos avanços da saúde, essas terapias atacam moléculas específicas presentes nas células leucêmicas, com menos efeitos colaterais.

Imunoterapia

Estimula o próprio sistema imunológico do paciente a combater as células doentes, com destaque para os tratamentos com células CAR-T em alguns tipos de leucemia.

Transplante de medula óssea

Consiste na substituição da medula doente por células-tronco saudáveis de um doador compatível. É indicado em casos de recidiva ou alto risco.

Prognóstico e qualidade de vida

Com os avanços na medicina e nos exames laboratoriais, o prognóstico da leucemia tem melhorado significativamente. Muitas pessoas conseguem alcançar a remissão completa, especialmente quando o diagnóstico é precoce e o tratamento adequado é iniciado prontamente.

Além do tratamento médico, o apoio psicológico e social é essencial. A leucemia não afeta apenas o corpo — ela impacta profundamente a saúde emocional, as relações familiares e a vida profissional do paciente.

Fevereiro Laranja: conscientização e esperança

Todos os anos, o mês de Fevereiro Laranja é dedicado à conscientização sobre a leucemia e à importância da doação de medula óssea. A campanha nacional tem como objetivo incentivar a população a se informar, fazer exames preventivos e se cadastrar como doador voluntário de medula.

A doação de medula óssea pode salvar vidas. É um ato de solidariedade que permite oferecer uma nova chance a milhares de pacientes que aguardam por um transplante.

O papel da biomedicina e dos laboratórios

Os profissionais de biomedicina são fundamentais no processo de diagnóstico e monitoramento da leucemia. Em parceria com os médicos, os biomédicos analisam os dados laboratoriais e ajudam na definição do tipo de leucemia e na resposta ao tratamento.

Os laboratórios de análises clínicas, por sua vez, são essenciais para garantir a precisão dos resultados e a segurança dos pacientes. A qualidade técnica, o uso de tecnologias avançadas e a humanização no atendimento fazem toda a diferença no cuidado com a saúde.

Considerações finais

A leucemia é uma doença desafiadora, mas com informação, diagnóstico precoce e tratamento adequado, é possível enfrentá-la com coragem e esperança. A biomedicina, os exames laboratoriais e a ciência seguem avançando para oferecer melhores alternativas terapêuticas e mais qualidade de vida para os pacientes.

Se você apresenta sintomas persistentes, não hesite em procurar um profissional de saúde e realizar um hemograma completo. O cuidado começa com um simples exame.

Referências

• Instituto Nacional de Câncer (INCA) – Leucemia

• Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (ABRALE)

• Ministério da Saúde – Fevereiro Laranja

• Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (REDOME)

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