Março Lilás: Vamos falar sobre o Câncer de Colo do Útero!
Entenda o que é o câncer de colo do útero, seus sintomas, como é feito o diagnóstico com Papanicolau e testes de HPV, quais são os tratamentos e como a prevenção — incluindo o Março Lilás — pode salvar vidas.
CAMPANHA DE CORESHEMATOLOGIA
Ariéu Azevedo Moraes
3/2/20257 min ler


Câncer de Colo do Útero: Sintomas, Diagnóstico, Tratamento e Prevenção
O câncer de colo do útero é, ao mesmo tempo, uma das neoplasias mais preveníveis da atualidade e ainda uma causa importante de adoecimento e morte entre mulheres, sobretudo em países em desenvolvimento. Na maioria dos casos, ele está associado à infecção persistente pelo papilomavírus humano (HPV) — um inimigo silencioso, mas que pode ser rastreado e prevenido com vacinação, exame citopatológico (Papanicolau) e acompanhamento regular.
A boa notícia é que, quando diagnosticado precocemente, o câncer de colo do útero tem altas chances de cura. Por isso, informação de qualidade, acesso a exames periódicos e adesão às campanhas de prevenção fazem toda a diferença na prática — tanto na saúde individual quanto na saúde pública.
Neste artigo, você vai entender o que é o câncer de colo do útero, quais são os principais sintomas, como funciona o diagnóstico, quais tratamentos estão disponíveis e o que pode ser feito para se proteger. Também vamos falar sobre a importância do Março Lilás, campanha dedicada à conscientização sobre a saúde do colo uterino, e o papel dos exames laboratoriais e da vacinação na redução de casos e mortes evitáveis.
O que é o câncer de colo do útero?
O câncer de colo do útero é, em grande parte, prevenível com vacinação e exames como o Papanicolau e o teste de HPV. Quando identificado precocemente, tem altas taxas de cura, reforçando a importância do Março Lilás e do acompanhamento ginecológico regular.
O câncer de colo do útero é uma doença que se desenvolve na parte inferior do útero que se conecta à vagina. Sua principal causa é a infecção persistente pelo vírus HPV (Papilomavírus Humano) — um vírus extremamente comum e sexualmente transmissível.
Nem todas as infecções por HPV causam câncer, mas os tipos de alto risco (como o HPV 16 e 18) são responsáveis por cerca de 99% dos casos de câncer do colo uterino, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).
Sinais e sintomas
Nos estágios iniciais, o câncer de colo do útero geralmente é silencioso, ou seja, não apresenta sintomas. Isso reforça a importância dos exames preventivos regulares.
À medida que a doença avança, podem surgir sinais como:
Sangramento vaginal anormal (fora do período menstrual ou após a relação sexual);
Corrimento vaginal persistente, com odor forte ou coloração anormal;
Dor pélvica frequente;
Dor durante as relações sexuais.
Esses sintomas também podem estar relacionados a outras condições ginecológicas, por isso é fundamental procurar atendimento médico para avaliação adequada.
Diagnóstico: o papel das análises clínicas e da biomedicina
Quando a gente fala em diagnóstico precoce, não está falando só de “descobrir antes”. Está falando de ganhar tempo — tempo de vida, tempo de escolha, tempo de tratamento com mais chances de sucesso. E é exatamente aí que as análises clínicas e a biomedicina entram como peças centrais: desde a coleta bem feita até a leitura criteriosa do resultado, cada etapa ajuda a transformar um sinal discreto em uma decisão segura.
Na prática, muitos quadros começam silenciosos. Por isso, exames laboratoriais e de imagem funcionam como uma lupa do que o corpo ainda não conseguiu “gritar”. E, dentro desse processo, o trabalho do biomédico (e de toda a equipe do laboratório) sustenta o que o médico vai conduzir depois: qualidade na amostra, rastreabilidade, técnica, controle e interpretação com contexto.
A seguir, quatro exames que costumam aparecer com força quando o assunto envolve rastreio e investigação do colo do útero — e que mostram, na prática, como diagnóstico não nasce do acaso: nasce de método.
Exame Papanicolau (citologia oncótica)
O Papanicolau, também chamado de citologia oncótica, é um exame simples, rápido e geralmente indolor. Ele coleta células do colo do útero para análise microscópica e permite identificar alterações celulares que, muitas vezes, surgem bem antes de qualquer sintoma. Em outras palavras: ele não “caça câncer” pronto — ele ajuda a encontrar sinais de risco, como lesões precursoras, quando ainda dá tempo de agir com mais tranquilidade e precisão.
Teste de HPV
O teste de HPV busca identificar a presença do DNA do HPV em amostras do colo do útero. Ele costuma ser indicado principalmente para mulheres acima dos 30 anos e funciona muito bem como complemento ao Papanicolau, porque ajuda a responder uma pergunta-chave do rastreio: existe ou não um HPV de alto risco envolvido?
Quando os dois exames conversam entre si (citologia + detecção do vírus), o caminho clínico fica mais claro, evitando tanto atrasos quanto exames desnecessários.
Colposcopia
A colposcopia é uma etapa de avaliação mais detalhada. Com um aparelho que funciona como um “microscópio especial” (o colposcópio), o profissional consegue visualizar o colo do útero com aumento e identificar áreas suspeitas com mais precisão.
E aqui mora um ponto importante: quando a colposcopia sugere alteração relevante, ela pode direcionar a coleta do próximo passo — a biópsia — exatamente onde o tecido parece mais alterado.
Biópsia
A biópsia costuma ser considerada o exame definitivo para confirmação diagnóstica, porque analisa diretamente um fragmento do tecido suspeito. É ela que permite confirmar (ou descartar) malignidade e definir características importantes para a conduta.
E, de novo, o laboratório vira protagonista: a amostra precisa chegar adequada, ser processada corretamente e interpretada com critério, porque um diagnóstico final depende da qualidade do que foi coletado e de como foi analisado.
Estágios da doença
O câncer de colo do útero é classificado em diferentes estágios, conforme o grau de invasão das células cancerosas:
Estágio 0: conhecido como carcinoma in situ, ainda não invadiu tecidos profundos.
Estágio I a IV: varia de tumores localizados até a disseminação para órgãos distantes (metástase).
O estágio da doença influencia diretamente o tipo de tratamento e o prognóstico.
Tratamentos disponíveis
Quando o diagnóstico se confirma, uma coisa fica clara: não existe um único “tratamento padrão” que sirva para todas. A escolha depende do estágio da doença, da idade da paciente, do desejo de engravidar no futuro e das condições clínicas gerais. É um plano construído caso a caso, equilibrando eficácia, segurança e qualidade de vida.
Na prática, as principais abordagens se organizam assim:
Cirurgia
A cirurgia costuma ser a primeira opção nos estágios iniciais, quando a doença está localizada. Dependendo do caso, pode ir desde a remoção direcionada de lesões até procedimentos mais extensos, como a histerectomia (remoção do útero). Em situações selecionadas, a equipe avalia alternativas que preservem a fertilidade, quando isso é desejado e clinicamente possível.
Radioterapia
A radioterapia pode ser usada sozinha ou em combinação com outras estratégias. Ela utiliza radiação para destruir células tumorais e reduzir o volume do tumor, com planejamento cuidadoso para maximizar o efeito no alvo e minimizar impactos nos tecidos ao redor.
Quimioterapia
A quimioterapia utiliza medicamentos que circulam por todo o corpo, por isso ganha importância em casos mais avançados ou quando há risco de disseminação. Ela pode atuar como reforço ao tratamento local ou como estratégia principal em cenários específicos, sempre com acompanhamento próximo por causa dos efeitos adversos possíveis.
Terapias combinadas
Em muitos quadros, o melhor resultado vem da soma de forças: cirurgia + radioterapia + quimioterapia, em diferentes sequências, conforme a necessidade. A lógica é simples: quando a doença exige uma abordagem mais robusta, combinar terapias aumenta a chance de controle e reduz a probabilidade de recidiva, desde que a paciente tenha condições clínicas para isso.
Prevenção: sua melhor aliada
A prevenção é, sem dúvida, a forma mais eficaz de reduzir os índices de mortalidade por câncer de colo do útero. As principais estratégias são:
Vacinação contra o HPV
Disponível gratuitamente no SUS para meninas e meninos de 9 a 14 anos, a vacina quadrivalente protege contra os tipos mais perigosos do HPV. Também é indicada para pessoas imunossuprimidas até 45 anos.
Uso de preservativo
Embora o HPV possa ser transmitido mesmo com o uso de preservativos, eles reduzem significativamente o risco de infecções sexualmente transmissíveis.
Exames de rotina
Fazer o Papanicolau a cada 3 anos, após dois exames anuais consecutivos normais, é a recomendação para mulheres entre 25 e 64 anos. O rastreamento permite detectar lesões antes que se tornem câncer.
Incidência e estatísticas
Segundo o INCA, o câncer de colo do útero é o terceiro tipo de câncer mais frequente entre as mulheres no Brasil, perdendo apenas para o câncer de mama e o colorretal.
A infecção pelo HPV está presente em cerca de 99% dos casos.
A vacinação e o rastreamento regular podem prevenir até 90% dos casos.
A maior incidência ocorre em mulheres entre 35 e 44 anos.
Esses dados reforçam a importância da educação em saúde, do acesso aos serviços preventivos e da redução das desigualdades no atendimento médico.
Março Lilás: mês da conscientização
O Março Lilás é uma campanha nacional voltada à conscientização sobre o câncer de colo do útero. Durante esse mês, são promovidas ações educativas, mutirões de exames, rodas de conversa e divulgação de informações para a população.
A campanha tem como objetivo:
Estimular a vacinação contra o HPV;
Incentivar a realização dos exames preventivos;
Reduzir o estigma sobre o câncer e promover o autocuidado.
Mais do que um alerta, o Março Lilás é um convite à reflexão e ação coletiva para proteger a saúde da mulher.
Considerações finais
O câncer de colo do útero é uma doença evitável, tratável e curável quando diagnosticada precocemente. A biomedicina e as análises clínicas oferecem recursos essenciais para o diagnóstico e o acompanhamento da doença, enquanto campanhas como o Março Lilás cumprem um papel fundamental na mobilização social.
Cuide-se, converse com seu ginecologista, mantenha seus exames em dia e incentive outras mulheres a fazerem o mesmo. A informação salva vidas, e você pode ser uma agente de mudança na luta contra o câncer de colo do útero.
Referências
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