Dengue e Crotalaria: O Que Você Precisa Saber para Proteger Sua Saúde
Dengue: entenda como o Aedes aegypti transmite a doença, principais sintomas, exames laboratoriais para diagnóstico, formas de prevenção e o papel da Crotalaria no combate ao mosquito.
ATUALIDADESHEMATOLOGIA
Ariéu Azevedo Moraes
2/6/20256 min ler


Dengue: Entenda as Causas, Sintomas, Prevenção e Tratamento Eficaz
A dengue deixou de ser apenas uma preocupação sazonal e se tornou um dos maiores desafios permanentes da saúde pública nas regiões tropicais e subtropicais. Transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, a infecção pode ir de quadros leves, com febre e mal-estar, até formas graves, com risco de choque e morte. Em muitos bairros, a luta contra a dengue começa dentro de casa, no quintal e até nos pequenos recipientes esquecidos pelo caminho.
Mais do que falar de mosquito e repelente, é preciso entender como a dengue se transmite, quais são os sintomas de alerta, quando buscar atendimento, que exames laboratoriais ajudam no diagnóstico e como a prevenção depende tanto das políticas públicas quanto das ações individuais.
Neste artigo, vamos explicar de forma clara as causas, sintomas, fases da doença, exames que costumam ser solicitados, prevenção clássica (como eliminação de criadouros e proteção contra picadas) e o papel de estratégias complementares, como o uso da planta Crotalaria no combate ao Aedes aegypti. A ideia é unir educação em saúde, biomedicina e práticas de controle ambiental para que você possa se proteger e também proteger a sua comunidade.
O que é dengue e como ocorre a transmissão?
A dengue é uma infecção viral transmitida pelo mosquito Aedes aegypti que pode causar desde febre e dores no corpo até formas graves com risco de hemorragia e choque. A prevenção inclui eliminar criadouros, usar barreiras físicas e químicas contra o mosquito, reconhecer precocemente os sintomas e, quando indicado, realizar exames laboratoriais para confirmar o diagnóstico e monitorar a gravidade.
Causada por um vírus da família Flaviviridae, com quatro sorotipos conhecidos (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4). A infecção por qualquer um desses sorotipos é suficiente para causar a doença. A transmissão ocorre exclusivamente através da picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti, um vetor que se desenvolve em áreas urbanas com água parada.
O mosquito coloca seus ovos em ambientes domésticos, como vasos de plantas, caixas d’água destampadas, calhas entupidas, garrafas e pneus abandonados. Após picar uma pessoa infectada, o mosquito se torna vetor do vírus e pode transmiti-lo para outras pessoas.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a dengue afeta cerca de 390 milhões de pessoas por ano, sendo que aproximadamente 96 milhões apresentam sintomas clínicos. No Brasil, o Ministério da Saúde monitora surtos com regularidade, especialmente durante os meses mais quentes e chuvosos.
Ciclo de vida do mosquito e o papel da água parada
A fêmea do Aedes aegypti tem um ciclo reprodutivo rápido e eficiente. Após colocar os ovos em superfícies próximas à água parada, o desenvolvimento do ovo até o mosquito adulto pode ocorrer em apenas 7 dias, dependendo das condições ambientais.
Os ovos têm alta resistência e podem sobreviver até um ano em ambientes secos, esperando o contato com a água para eclodirem. Isso explica por que eliminar os criadouros é uma das formas mais eficientes de conter a proliferação do vetor.
Sintomas da dengue: atenção aos sinais clínicos
Os sintomas da dengue costumam surgir entre 4 e 10 dias após a picada do mosquito infectado. A apresentação clínica varia de acordo com a resposta do organismo e o tipo de vírus. Os sinais mais comuns incluem:
Febre alta (acima de 39 °C)
Dores intensas de cabeça
Dor atrás dos olhos (dor retro-orbital)
Dores musculares e articulares intensas (por isso, é chamada também de “febre quebra-ossos”)
Náuseas e vômitos
Manchas vermelhas pelo corpo (exantema)
Fadiga e mal-estar generalizado
Em formas mais graves, como a dengue hemorrágica ou a síndrome do choque da dengue, podem ocorrer sangramentos, diminuição drástica das plaquetas e extravasamento de plasma, o que representa risco de morte.
Segundo os Centers for Disease Control and Prevention (CDC), é fundamental buscar atendimento médico imediato diante de sinais de alerta, como dor abdominal intensa, vômitos persistentes, sangramentos nas gengivas ou no nariz, agitação ou letargia.
História real: Quando a prevenção salva vidas
Em 2023, no interior de Minas Gerais, dona Helena, de 68 anos, passou por um susto ao contrair dengue em plena época de chuvas. O diagnóstico veio após dias de febre e dores no corpo. Com histórico de hipertensão, ela foi internada após apresentar queda de plaquetas e sangramentos leves. Felizmente, por estar em acompanhamento médico desde os primeiros sintomas, recebeu hidratação intravenosa e acompanhamento contínuo, recuperando-se sem complicações.
Após o susto, ela e a comunidade local organizaram mutirões semanais para limpar terrenos, eliminar criadouros e conscientizar vizinhos. “Foi um susto que nos uniu. Agora cuidamos uns dos outros”, conta.
Essa história reforça que a educação em saúde e a ação coletiva são peças-chave na prevenção.
Crotalaria: uma aliada no controle biológico do mosquito
Além das medidas tradicionais de prevenção, algumas abordagens naturais têm ganhado destaque, como o uso da planta Crotalaria juncea. Pesquisas demonstram que essa planta atrai libélulas, predadores naturais do mosquito Aedes aegypti.
Segundo estudo da UTFPR, áreas que cultivam Crotalaria apresentaram redução significativa na densidade de mosquitos adultos. Além de atuar na saúde pública, a planta também melhora a qualidade do solo, fixando nitrogênio e auxiliando na rotação de culturas.
Portanto, incorporar a Crotalaria em espaços urbanos e rurais pode ser uma estratégia complementar e sustentável no combate à dengue.
Como prevenir a dengue: atitudes individuais e coletivas
A prevenção da dengue exige um esforço conjunto entre indivíduos, comunidades e governos. Veja algumas medidas essenciais:
Eliminar qualquer recipiente que acumule água parada.
Tampar caixas d’água, ralos e lixeiras.
Utilizar telas em janelas e portas.
Aplicar repelentes corporais (seguindo as instruções de uso).
Vestir roupas que cubram o corpo, especialmente em áreas de maior incidência.
Promover ações comunitárias de limpeza e conscientização.
Essas ações são reconhecidas pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) como as mais eficazes no controle da proliferação do mosquito vetor.
Diagnóstico e exames laboratoriais
Para confirmar a infecção por dengue, o diagnóstico clínico é aliado a exames laboratoriais como:
Hemograma completo: usado para monitorar a contagem de plaquetas e leucócitos.
Teste NS1: detecta o antígeno viral nos primeiros dias da doença.
Sorologia (IgM/IgG): útil para confirmar a infecção após o quinto dia.
Esses exames são fundamentais na triagem e acompanhamento da evolução da doença. A atuação do profissional de biomedicina é essencial na fase diagnóstica, garantindo precisão e rapidez nos laudos.
Tratamento: o que fazer se for infectado?
Atualmente, não há um medicamento antiviral específico para curar a dengue. O tratamento é sintomático e visa evitar complicações. As principais recomendações incluem:
Repouso absoluto
Hidratação intensa, com água, soro e sucos naturais
Uso de analgésicos como paracetamol (evitar ibuprofeno e aspirina)
Monitoramento rigoroso dos sintomas
Casos com sinais de alarme devem ser acompanhados em unidades de saúde para evitar a evolução para formas graves. Em casos graves, pode ser necessário internação hospitalar com hidratação venosa e suporte clínico intensivo.
Finalizamos assim: informação salva vidas
A dengue é um problema real e recorrente, especialmente em países tropicais como o Brasil. No entanto, com informação de qualidade, vigilância comunitária e colaboração entre setores, é possível reduzir significativamente sua incidência.
Conhecer o ciclo do mosquito, eliminar criadouros, buscar diagnóstico precoce e seguir as orientações médicas são atitudes que salvam vidas. Soluções naturais, como o uso da Crotalaria, também demonstram que é possível unir sustentabilidade e saúde pública.
O combate à dengue começa na nossa casa, no nosso quintal e na nossa vizinhança. Quanto mais pessoas estiverem conscientes, mais forte será nossa rede de proteção.
Referências
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