Sepse: diagnóstico laboratorial essencial para salvar vidas
Saiba como os exames laboratoriais (lactato, PCT, CRP, biomarcadores e IA) são decisivos no diagnóstico precoce da sepse, permitindo estratificação de risco e terapias eficientes.
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Ariéu Azevedo Moraes
8/15/20254 min ler


Sepse: diagnóstico laboratorial essencial para salvar vidas
Como os exames laboratoriais ajuda no diagnóstico da sepse?
Eles indicam disfunção orgânica e resposta inflamatória sistêmica através de lactato, procalcitonina, CRP, hemograma com diferencial e culturas sanguíneas, auxiliando no diagnóstico precoce, estratificação de risco e tratamento imediato da sepse.
Introdução
A sepse é uma emergência médica que exige resposta rápida e assertiva. Definida como uma resposta desregulada à infecção, pode levar à falência de órgãos e alta mortalidade. Diagnosticar precocemente é essencial — e é nessa fase que o laboratório clínico se torna imprescindível, oferecendo os sinais que antecedem a deterioração clínica.
O poder dos exames laboratoriais convencionais
Os primeiros exames solicitados em pacientes com suspeita de sepse fornecem pistas vitais:
Hemograma com diferencial ajuda a identificar leucocitose, leucopenia ou neutrofilia—indicadores de gravidade potencial.
Lactato sérico revela hipoperfusão tecidual e está associado a mortalidade elevada.
Procalcitonina (PCT), marcador mais específico para infecção bacteriana, auxilia na decisão sobre o início e a suspensão de antibióticos.
Proteína C‑reativa (CRP) funciona como indicador inflamatório e acompanhamento da resposta terapêutica.
Culturas sanguíneas permitem identificar o agente infeccioso e guiar tratamento com antimicrobiano específico.
Esses testes não confirmam sepse isoladamente, mas fornecem uma base rápida e decisiva para a gestão clínica inicial.
Biomarcadores inovadores que elevam a precisão diagnóstica
Com a evolução tecnológica, biomarcadores mais sensíveis estão transformando o cenário diagnóstico:
Presepsina (sCD14‑ST) é um marcador precoce e específico da ativação monócito-macrófago em resposta à infecção.
PSP (Pancreatic Stone Protein), encontrado por meio da plataforma de diagnóstico rápido da Abionic, alerta a sepse até 72 horas antes dos métodos tradicionais.
NRBC (núcleos de eritrócitos imaturos) combinados com CRP e PCT melhoram a precisão prognóstica.
Parâmetros avançados do hemograma como NE‑SFL e MO‑X têm demonstrado excelente desempenho diagnóstico — até superiores à CRP e PCT em certos contextos.
Inteligência Artificial (IA) acelerando diagnósticos
A IA já está mudando o jogo no combate à sepse:
Modelos de IA usando hemograma + diferencial alcançam alta acurácia com AUC de até 0,90, permitindo prognóstico rápido PubMedJMIR.
IA integrada a sistemas clínicos (AI-CDSS) reduziram mortalidade, tempo de internação e readmissões na UTI PubMed+1.
Trews (Johns Hopkins): IA identificou sepse cerca de 6 horas antes do método tradicional, reduzindo mortalidade em 20% hub.jhu.edu+1.
Testes baseados em espectro sanguíneo (Spectral Imaging HSI): previsão de sepse com AUC de 0,94 e mortalidade com AUC de 0,84 arXiv.
Modelos FATL: abordam variabilidade em dados clínicos para maior generalização em detecção precoce arXiv.
Sistemas PreNosIS e AI avançado na Europa combinam métodos moleculares e predição clínica para graduar risco de choque séptico The GuardianTIME.
Benefícios práticos da união entre testes e tecnologias
A combinação de exames tradicionais, biomarcadores e IA proporciona:
Diagnóstico antecipado, com possibilidade de início de antibioticoterapia em até 1 hora.
Estratificação de risco mais precisa, facilitando a tomada de decisão sobre cuidados intensivos.
Monitoramento mais eficaz da resposta ao tratamento — com queda nas taxas de lactato, CRP e outros marcadores.
Uso racional de antibióticos, diminuindo resistência graças à ponte entre PCT e IA.
Respostas clínicas mais rápidas, reduzindo internações prolongadas e mortalidade.
O laboratório se configura como um centro decisório e preventivo, atuando como interface entre sinais biométricos e condutas médicas emergenciais.
Conclusão
A sepse exige uma resposta imediata, mas precisa. Exames clássicos como hemograma, lactato, PCT e culturas continuam essenciais. No entanto, os avanços em biomarcadores e IA abrem um horizonte ainda mais promissor: diagnóstico precoce com precisão, personalização de tratamento e redução da mortalidade.
O laboratório clínico hoje é um radar invisível que detecta tempestades, antes que se tornem irreversíveis.
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Texto elaborado por Biomédico Ariéu Azevedo Moraes, especialista em Gestão Laboratorial
Referências
A definição clínica atual de sepse e sepse-choque se baseia no consenso Sepsis‑3, que destaca a disfunção orgânica como ponto central do diagnóstico. A sepse é caracterizada por alta mortalidade e exige tratamento imediato.
O lactato sérico é um biomarcador prognóstico importante em sepse, com níveis elevados associados a piora clínica e maior mortalidade. Serviços e Informações do Brasil+2Biomedicina Padrão+2
Procalcitonina (PCT) é mais sensível e específica para infecção bacteriana do que marcadores tradicionais em pediatria, sendo útil no diagnóstico e manejo da sepse. ResearchGateLume
Proteína C‑reativa (CRP), junto com lactato e PCT, faz parte da rotina laboratorial para avaliar gravidade, estratificação de risco e resposta ao tratamento. Serviços e Informações do Brasil+8Biomedicina Padrão+8diagnosticosdobrasil.com.br+8
Culturas sanguíneas são fundamentais para identificar patógenos e orientar o tratamento com antimicrobianos adequados. MSD Manuals+4Biomedicina Padrão+4Hilab+4
Presepsina (sCD14‑ST) é um biomarcador emergente com alta sensibilidade e especificidade para o diagnóstico precoce e prognóstico da sepse. Biblioteca Digital USP+12pmc.ncbi.nlm.nih.gov+12phchd.com+12
Estudos modernos confirmam que níveis elevados de presepsina discriminam sepse de insuficiência orgânica não infecciosa e prognosticam mortalidade em 30 dias. journals.lww.com+6BioMed Central+6phchd.com+6
O sistema Presepsin PATHFAST™, que utiliza ensaio imunológico rápido (≈15 minutos), tem se mostrado útil para estratificação de risco em pacientes sépticos e neonatais. MDPI+6phchd.com+6pmc.ncbi.nlm.nih.gov+6
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